Selos sustentáveis: quando o verde se torna valor
19/09/2025 - NARRATIVAS QUE VENDEM

Há cores que lembram causas. O amarelo fala de saúde mental, o roxo de combate à violência contra a mulher. Setembro é um mês cheio de tons. E no meio deles, o verde pede espaço: é o lembrete coletivo de que não há futuro imobiliário possível sem sustentabilidade.
Quando pensamos em sustentabilidade nos imóveis, talvez a imagem venha acompanhada de painéis solares, telhados verdes ou sistemas de reuso de água. Mas a verdade é que esse futuro — já presente — tem sobrenome: certificações. LEED, GBC, Fitwel, AQUA. Selos que parecem técnicos, mas que escondem algo muito maior: a tentativa de alinhar o lugar onde moramos, trabalhamos e convivemos com o planeta que nos abriga.
Para mim, esses selos sempre pareceram um carimbo de responsabilidade. Só que, ao olhar de perto, percebo que eles são também uma narrativa. Eles contam uma história para o investidor que busca segurança, para a empresa que precisa reduzir riscos regulatórios, mas principalmente para quem vai abrir a janela de manhã e respirar o ar que entra.
Na prática, sabemos que imóveis certificados têm mais valor, menos custos e menos vacância. São escolhas inteligentes do ponto de vista financeiro. Mas seria uma miopia resumir tudo a planilhas e taxas de retorno. A verdadeira mudança está na lógica que esses selos carregam: a de que um imóvel só é apto para nós se também é apto para o planeta.
E aqui entra o olhar da minha geração. A Gen Z foi criada em meio a crises climáticas, relatórios de aquecimento global e estatísticas que assustam. Talvez por isso não vejamos sustentabilidade como luxo, mas como pré-requisito. Não se trata de ser “bonito” ter um selo na fachada, mas de garantir que quem investir hoje ainda terá um mundo habitável amanhã.
No mercado imobiliário, cada vez mais, as cores se misturam: o verde da sustentabilidade com o azul da tecnologia, o amarelo da saúde mental com o branco da transparência. A construção de um futuro sólido não virá de paredes altas ou muros de vidro, mas da coragem de transformar os bastidores da edificação em práticas conscientes.
Se setembro já é um mês de tantas cores, deixo aqui um convite: que cada empreendimento se pinte de verde. Não apenas no discurso, mas nas métricas, nos relatórios e, principalmente, na vida real. Porque no fim, mais do que selos, buscamos sinais de que ainda dá tempo de fazer do mercado imobiliário um espaço de pertencimento, resiliência e futuro.
Fonte: © 2025 Papo imobiliário, postada por Ana Carolina Gozzi Co-CEO do Compre & Alugue Agora. Advogada com sólida formação jurídica e trajetória familiar no setor imobiliário, lidera a transformação digital da empresa ao integrar inovação, tecnologia e tr
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